quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Amálgama...



"No dia-a-dia do seu diário, ela escrevia suas histórias e diariamente ela mentia sobre coisas que apenas ela mesma sabia ser verdade ou mentira... Às vezes inventava verdades improváveis que mais pareciam mentiras realistas... E assim era a menina que brincava com a verdade por não suportar as mentiras...
No dia-a-dia do seu diário, diariamente ele mente sobre coisa que sabe ou pensa saber... Ela acha que amar nada mais é que gostar, e não sente que sentir amor é desejar também... Nos seus contos já se apaixonou por Reis, Menestréis, cantores e coronéis... Na realidade já abateu o coração de homens tolos e que bobos não souberam como entender, que por detrás daquela mulher de mil surpresas, estava a mais pura e simples menina, querendo amar e mostrar sua beleza...
No dia-a-dia da sua escrita ela percebe apavorada que não pode acomodar o incomodo desejo de querer alguém que não te quer... Ela engole seu pranto deixa a menina de lado e se mostra mulher... Coloca o preto das letras no branco do papel, escreve ali sua vida, sua história, e revira a aventura vivida em que transformou o amor em um copo de cólera... Mas tudo tem uma causa e um efeito, e se torna um amálgama de coisas distorcidas de realidade e fantasia... E esperando ao relento o abrigo que o tempo pode lhe dar, ela se vê sem tempo para esperar a proteção para o vento que só faz assolar... E pensa: Isso é o amor, Assim é o amar!... E sonha acordada em ver o dia em que a estrela do céu tocará a estrela do mar...

No dia-a-dia suas letras liquidas contam do amor distante que se faz tão perto que ao cerrar os olhos podem se tocar, e sente o cheiro forte cheiro forte do perfume do seu corpo aprisionado em um frasco âmbar... Ela sabe o que é amar, só não que acreditar...

As letras tocadas no seu violão sem cordas emitem os sons que seguem o compasso das batidas do seu peito, são toques de uma melodia cantada em um silêncio que fala direto ao coração... Ela aprendeu ver o mundo com os olhos da alma, e enxergar as coisas no balé das chamas e vê os hologramas muito além da sinuosidade das sombras...

No dia-a-dia da sua vida ela corre em passos compassados que se atropelam no meio do caminho e se perdem no labirinto tortuoso da sua vida tranqüila... Ela se morre por dentro com a saudade do amor, mas renasce todas as manhãs para que possa morrer de novo..."

Celso Leal

09/12/2009

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