segunda-feira, 30 de agosto de 2010



Cancelaram a primavera.

Ela andava meio desanimada com a antecipação do outono, que, sem cerimônia, se apoderou das flores ressecando suas pétalas de cristal. Decepcionou-se com tudo que entrou no meio, seja um mês ou um oceano. Foi descolorindo o céu, imenso, que de um azul desconcertante morreu em um púrpuro murmúrio gritando a noite. Beijando as estrelas que por cortesia vieram se despedir, os apaixonados embalados pela lua ainda faziam juras e pediam testemunha ao infinito. Ela estava distante, era tão itinerante, mas ele sempre soube que nunca foi um engano e que. de todos os amores, esse era o mais bonito.
Foram adiadas todas as cores que brincavam naquela estação. Atrasaram-se os trens. Tudo que estava de partida se partiu ao meio e a hora marcada mais parecia ironia de um destino desfeito. E tudo que foi semeado ficou na espera de ver acordar o calor. O amor era ela e ela era a primavera dos meus olhos, era meu néctar, meu sabor.
Os aromas que sutilmente fugiam entre as brisas brincalhonas, e os beijos embalados por toda aquela cor, tudo ali era questão de tempo, de entendimento que apesar de todo questionamento tinha seu momento de chegar.
E era meu beijo que solto pelo ar cruzava mares através do vento, levava meu chamado de saudade de alguém que sinto e não posso tocar.
Foi o imprevisto que veio pra dar incremento e mesmo assim não impedia o rio continuar correndo pro mar.
Toda a gama, os nuances e degrades aos poucos acinzentavam a esperança. Anoiteciam os sonhos e acordavam os minutos teimosos a não passar.
Passeando tanto tempo pela minha lembrança, ela corria como criança pedindo para brincar.
Ao amor que a vida jogou pra frente, fechei os olhos e joguei minha emoção.
Ela é o ano inteiro, é toda e qualquer estação. É o inteiro do meu meio, é metade do meu coração.
Ah, se eu pudesse ver voltar minha primavera!

* ESSA É PRA VC NINA! FORÇA CAROLINA!!!!!!!!!!!!