terça-feira, 27 de novembro de 2012


Obrigada ao silêncio, é ele que me traz a quietude necessária para a percepção dos mínimos ruídos que vem de dentro e de fora. E fico mais atenta. E fico mais serena. E me sinto mais equilibrada quando não escuto nada e o nada me responde t
udo. Obrigada à chuva de hoje, é ela que purifica meus pensamentos, que leva embora qualquer energia pesada que ainda esteja grudada na pele, que conversa comigo através do seu som calmo e me faz gotejar para fora algum tipo de inspiração. Obrigada ao sol que me beija de manhã dando bom dia e traz calor e conforto à minha rotina e às estrelas que me beijam ao dormir desejando boa noite e que, se preocupam em iluminar mais um pouco o céu para que eu não sinta medo do escuro. Obrigada ao universo que conspira, a cada novo despertar, pro meu amadurecimento pessoal, me trazendo lágrimas e risadas soltas, esquecendo no meu trajeto o que me é mais simples e natural. Obrigada a tudo que me fortalece, ainda que na tristeza. Obrigada a natureza bonita que existe dentro do meu existir, a toda essa insistência que sinto em persistir, em observar, em semear, em entregar-me toda, sem metade ou meio termo. Obrigada a todas as boas-vindas que recebi pela vida. Elas me ensinaram a ser mais receptiva e cordial. Obrigada a todas as despedidas que vivi. Elas me ensinaram a identificar o que é verdadeiro ou não e deixaram um gosto de missão cumprida. Obrigada a todos que, mesmo sem rosto ou nome chegarão de mansinho, estão especialmente ou se foram lentamente. A tudo e a todos sou.
Minha (re)construção é tarefa constante. E por onde quer que eu passe que eu possa ser também. Respirando e respeitando o tempo de plantar e de colher. Respeitando e inspirando toda clareza do dia e toda escuridão da noite, na incrível arte de somente ser grata por estar vivendo.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012



Mas o que sentes moço, não precisa de legenda. Parece difícil de entender, mas escuta com calma o diálogo principal que teu peito, por dentro, tem feito com seu jeito, por fora. Percebes como já é hora? Então, é isso. A tradução já esta na ponta da sua língua, só esperando um beijo meu pra que possa fugir pra minha boca. E juntos, nesse beijo, nos citamos, excitamos. Nosso dialeto nada discreto já esta claro e esclarecido. É só nosso, algo raro, um tesouro perdido. É tão perto que é mais do que dentro. É um atravessar das palavras, uma inquietação dos significados, uma casinha feita das páginas do dicionário, um diário secreto em forma de abrigo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Não te olhei por fora, te olhei através, te olhei além de, apesar de. E não é na casca que nutro meus desejos. Te olho inteiro e íntegro, pelo lado de dentro, somente para tentar descifrar seus códigos, traduzir seus símbolos e deitar-me à sombra dos seus pensamentos ocultos. Sei que no seu fundo habita um punhado de açúcar que só espera um tanto de calor pra virar melado. E é tão e só por isso que passeio do seu lado.

(te empresto um beijo meu, sem pedir que me devolva, mas por favor, se envolva, esquece tudo que é pequeno e se demora mais em mim....)

Minha inspiração esta dentro do simples que eu observo e contemplo, cabe no copo do que espero e transborda o que desespero, arrepia na pele do que sinto e vejo. Se debruça na janela do meu desejo e acorda os poros de todas as frases que brincam de estar na respiração do pensamento.

Mas minha inspiração também tem nome e sobrenome, fica entre (parêntesis), fica entrelinhas, fica só entre a gente.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012



Tudo esta organizado do jeito que deveria estar, mesmo que pareça descabelado, o destino amacia sutilmente as incoerências do nosso presente, trabalhando em voz baixa para que o amanhã se encaixe perfeitamente na prateleira principal dos nossos sonhos.

domingo, 14 de outubro de 2012




"Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade.(...) Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada. Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Essa saudade que faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, claro que existe. Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade que se experimenta a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o grandioso que também mora na sutileza. Essa vontade de espalhar sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando não deixam adormecer a idéia de um mundo que possa acordar sorrindo pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.

Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim."

Ana Jácomo


(...) E a gente flori em silêncio.


sábado, 13 de outubro de 2012




É que minha vontade de estar já ultrapassou o entendimento.
É mais do que estar perto, colado, do lado. É estar dentro.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012




Que minhas incertezas não abafem minha vontade de chegar. Que suas certezas estejam cada dia mais amarradas no meu olhar.Que você possa valorizar minha paciência, doando a mim, a cada dia, mais um pedaço do teu riso. Que nossa intimidade seja leve e florida. Que tudo que eu preciso seja decifrado pelo seu cuidado de querer estar. Que eu possa proteger seus medos e enfrentar suas inseguranças com delicadeza. Que sua casca formada pelo tempo se rompa por completo, amanhecendo em ti, todo bonito sentimento. E que você não seja mais indiferente. Não. Que seja diferente dessa vez, por um instante, um mês, uma vida inteira  Que essa parcela de "quase" que ainda nos resta, se desmanche aos poucos no nosso amanhã, assim como o açúcar do nosso hoje anda de desmanchando no céu da nossa boca. Que você  possa me demonstrar seu afeto para reforçar minha paz. Que a cada dia você se entregue mais, sem freios e receios, sem menos nem mais. Que sejamos então, assim, sem pressa, quase uma prece.

terça-feira, 9 de outubro de 2012




Diz que não me queres que te deixo. Mas diga com verdade nos olhos, com voz maiúscula, com altura no sentimento. Senão, lamento. Meu coração não vai se convencer que não mereces que alguém, algum dia, se vista de ti e invista em te amanhecer.


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

La Traversee



E quem teme encarar o tempo de travessia, não sabe transformar dor em poesia.
Porque Tudo em nós anda, se transforma, se transmuta, se metamorfoseia.
Casulo também é casa, é abrigo, é espera, é tempo que brinca de acalmar os sonhos.
Casulo também tem asa. E a borboLETRA só atravessa o jardim, depois que já voou por dentro e se doeu por inteira para renascer.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

desenho: Lilian Vereza




"Acredite nas pessoas, naquelas que possuem algo mais.
Aquelas pessoas que existem em nossas vidas e enchem nosso espaço com pequenas alegrias e grandes atitudes.Falo daquelas que te olham nos olhos quando precisam ser verdadeiras, tecendo elogios, que pedem desculpas com a simplicidade de uma criança. Pessoas firmes, verdadeiras, transparentes, amigas, ingênuas. Que com um sorriso, um beijo, um abraço, uma palavra que faz feliz. Aquelas que erram, acertam, não tem vergonha de dizer não sei. Aquelas que sonham, aquelas amigas...
Aquelas que passam pela vida deixando sua marca, saudades, aquelas que fazem a diferença, aquelas que vivem intensamente."

Élida Lima

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Chega uma hora que, OU É OU NÃO É E PRONTO!
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e PRONTO antes que seja PRANTO.



domingo, 30 de setembro de 2012


Já temos abraço que acalma, temos olhos que conversam e sorrisos nos olhares.
Temos insônia nos nossos beijos, temos abrigo no nosso silêncio, temos vulcão no nosso encontro e paz que descreve nosso hoje com inspiração. Temos gargalhadas de crianças guardadas no bolso e aventura agarrada na pele. Temos cheiro de tempestade, damos toques de generosidade na alegria. Temos tanta fotografia juntos, mas quando o tema é nós, fugimos do assunto. Já temos magia no nosso encontro e um conto já muito do bem contado, um suspiro açucarado e mania de estar colado.
Já temos tudo isso, menos compromisso.


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Foto: Vinicius Dantas


Ah meu bem, me desculpe a franqueza. Te disse adeus não foi por fraqueza. Não. Fique feliz em saber que, até minha despedida tem a delicadeza de forma discreta, de ser poeticamente correta.
(Vai-se o dilema e fica o poema).


terça-feira, 25 de setembro de 2012




E foi ali, onde aparentemente  não se tinha nada e tudo, 
que seu sorriso extenso mordeu as horas e resgatou minha existência de querer ser, sendo.

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O arco-íris da sua chegada


Já deixaste de ser fonte de inspiração e tornou-se fonte de respiração.
E que todo ar que ventila meu sentimento se espalhe em todo meu dentro,
 contagiando de alegria meu dia que já sente o arco-íris da sua chegada.

SEJA FLOR




E o que é a vida senão uma alternância de miragens e milagres, que acordam todos os dias juntos com as manhãs, doando a nós a imensa oportunidade de renovação do nosso ser?



Confesso-te uma coisa agora:
 Se prometes demorar em mim, te juro infinito que de ti não vou mais embora.

(entre)laços







‎"De uma coisa tenho certeza: que ele vai ser menino pra sempre. O meu. Mesmo quando tudo for branco. Até quando tudo for cinza. Na chuva. No sol. Em mim. Porque só ele tem todas as cores no sorriso. Só ele tem o jeito de me levar pra lugares tão próximos e me fazer sentir nunca ter estado lá. Ele tem tanta alegria pra me dar... e às vezes eu preciso tanto! Um desejo de ser sempre assim, moço-menino para sempre. O meu e o dele. Porque é bonito ver essa parte que não adultece. Esse espaço onde moro sem pedir. É segredo meu. É tesouro meu. E mora no meu coração. Mas não é em qualquer lugar. Não. É um lugar lindo. Colorido e ventilado.

Vanessa Leonardi

sexta-feira, 21 de setembro de 2012



Carta silenciosa da Terra A(o) MAR - inspirar(ação) para (des)escrever.

Percebo tanta coisa durante esse suspiro de ausência. Coisas que talvez antes somente anunciassem de forma tímida um talvez quase sentir. E que, depois que esse silêncio vem se arrastando diariamente, se tornam claras e lúcidas, ganham vida e prumo e acalento. Percebo que mergulhei em ti sem saber se dava pé, percebo o tanto que teu jeito menino renova todo dia minha fé nas pequenas coisas essenciais que andavam guardadas em algum lugar dentro do peito onde não batia sol. Percebo o sentir correndo por entre as veias, carregando pulsante o oxigênio da minha imaginação que respira pensar-te e sente sonhar-te, inteiro, comigo, no mais caloroso abraço do tempo.
Percebo que esse mergulho me afoga em alegrias somente por lembrar-te e que, nesse espaço entre esses dias lentos, te tornastes a minha maior expressão acordada, entornastes a inspiração na arte de mãos dadas com teu nome,  e trazes o sincero desejo de que voltes para se inundar nos beijos meus, como antes, meu pequeno, como agora. E como é bom saber que a ausência nos traz a tona o hoje em forma de lembrança, como herança da nossa melhor parte.

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Saudade do menino de riso frouxo, de verdade nos olhos, de jeito tímido com um punhado de extravagância. Do meu pequeno que faz da terra seu sustento, do mar seu alimento e das nuvens sua paixão. Do responsável pela minha inesgotável fonte de inspiração. E quando chove lá fora e aqui dentro anda tão vazio, falta ele a me trazer o arrepio nessa noite que se arrasta.
Hoje a saudade tem seu sobrenome. É a memória do sentir que insiste em ficar.  Quando você voltar meu pequeno, vamos brincar de demorar?