sábado, 18 de fevereiro de 2012

Da inspiração

Ontem fui surpreendida pela invasão das palavras que agitavam meu pensamento. Era como se todas estivessem em um caldeirão, fervilhando emoções contidas e querendo formar conclusões de coisas que eu mesma não sei se podem se dar ao luxo de ter ponto final. Letras precipitadas e verbos que acham estar no presente mais-que-perfeito se misturam a todo tempo, dando forma ao sentimento ao mesmo tempo que se desfiguram em um breve ponto de interrogação. As frases estalam na mente e fogem no meio da madrugada. Desperto desesperada, ou melhor levando pra não deixar deitar o fresco que estão todas as conjugações e conexões ainda que fora do contexto. Ergo as palavras de forma rasa e as afundo a cada frase, amarrando um sentido abstrato, sem acento, sem rumo, sem crase; entre o raso e o profundo, na verdade ainda entre parêntesis. Registro a ideia como quem usa um pretexto pra desabafar. Deixa-me passar. Me da licença poética, pois eu não seria ética se no meio dessa noite não me deixasse levar.

Nenhum comentário: