segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ERA ( Preto e branco)


Na era de uma vez

onde cruzavam-se batalhas ardentes
entre crentes e descrentes
pecadores e pagãos
Época que já era
entre passado e espera
conquista e submissão
Buscava ele no crepúsculo do tempo
naquela hora a qual a noite beijava seus olhos
Inspiração
Ora, ora, notável e instável desejo
de conquistar o verde território do beijo
Pois ora guerreiro ou era menino
Aflorado instinto de beber vitória
ou encontrar a glória escondida em um caixão
Na bandeira a qual jurava hino era a mesma a que pedia perdão
E entre tramas verdes que subiam suas pernas
hera maduro, mas era raíz
tremia sua folhagem interior
Era luta, luto e cicatriz
Exposto ao tempo que passa
condenado ao temor
Guerreiro de pé no chão
trepado no ombro do inimigo
ainda briga para seu castigo
não converter seus passos em semente
ou desfolhar seu tempo em um rancor ardente
por perder a guerra e a explicação
Não era velho ou antigo
Não tinha pressa nem hora
Era como se fosse uma senhora, que conta uma história sem dente
Não era vergonha, mas também não era maiúsculo
era algo diluído em um conto incoerente
Não era nem fim nem permanente
Nem época nem por inteiro
Ele era somente guerreiro da época presente
Era uma parte, um pedaço, uma divisão
Era de pouco a pouco
aos goles do ponteiro lento
Não era de uma vez.

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