sábado, 30 de janeiro de 2010

Pipa solta no vento é como menina que só sabe sonhar

Fui brincar de soltar pipa e esqueci que pipa é papel no vento. Tão logo passou uma brisa mais forte, lá se foi a pipa pra onde não posso tocar. No céu uma mistura de cores em movimento, parecia uma borboleta que fugiu de casa e atrevida, foi brincar solta no tempo.
Fui brincar de soltar meu sentimento e ouvi um conselho da consciência.
Menina que quer brincar de virar pipa, se solta, voa mas volta. Se puxam o fio sem dó, se faz um nó que nem o próprio vento desenrola.
A menina quer é liberdade, quer o caminho do sopro e o rumo do momento e que o céu vire amigo, abrigo, cúmplice, asa e padrinho, abençoando a calmaria de se ouvir o uivo do silencio que só lá, onde a pipa se perde é que se encontra.

Um comentário:

Be Lins disse...

Muito delicado esse poema, Lili. Lembra mesmo a nossa ânsia por liberdade, amor, e ao mesmo tempo, nossa fragilidade frente à certas intempéries.
Ser pipa, ser gente, grande aventura.

Beijo