quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


PRETO E BRANCO

Sou oposição

Uma pergunta constante

Ora sim ora não

E vivo assim morrendo

E morro assim vivendo

entre luz, sombra ou escuridão

Sou oposição em penumbra da noite

sou reta, incerta, abstrata

sou curva delineada e linhas exatas

sou dia, sou raios, sou clarão

Sou uma oposição duvidosa

ócio vazio estranho

ou inundada de disposição

Sou letra, verso, poema

e também sou falta de inspiração

Sou esboço e obra acabada

Sou traço, contorno de um poço

Ora em terra ora alienada

Sou de carne e osso

ou sou vinho, trigo e pão

Sou escudo e espada

liberdade amarrada

caminho sem direção

Sou freira insana

Sou rancor que ama

Sou estrofe verídica

e um conto de ficção

Sou uma oposição mutante

alma branca,atos negros

canto melódico e gritos delirantes

fúria, calma e exaltação

Delírio em mente

sou transparente

ou mascarada e inocente

um verdadeiro camaleão

Oposto igual

sou diferente de muita gente

ou com o mesmo rosto de sal

Choro em sorriso

ou dentes de lágrimas

Tô no começo, tô no final

sou única e sou multidão

Vou na corrente do frio

sou oposto que sente sede e fome

tenho identidade mas não tenho nome

sou quente no meu vazio

Sou o eco do coração

solta e presa na sua rede

cheia transbordo como água

escorro na parede da sua mão

Sou oposição inconstante

a mais exagerada alegria

ou a mais profunda depressão

brilho oculto de diamante

ou sou fosca como o carvão

Sou oposta ao tempo

Criminosa sem culpa

algemada ao vento

sou sopro e furacão

Ora realidade concreta

Ora me invento

Tô indo e vindo ou tô na contramão

Ora embaixo ora em cima

oposta em inúmeros pensamentos

me esqueço em rima

e me lembro em emoção

Sou pecado, desejo, instinto

sou pureza, vida e perdão

Sou oposição ingênua

objeto esquecido em cima da mesa

sou brincadeira de roda

e uma criança que joga pião

Sou Anna, Liana, Teresa

tenho nome de natureza

sou inverno e sou verão

Sou uma faminta oposição

e também sou leão voraz

Olhar de medo, passo preso

Impulso fugaz faz meu segredo

confessionário ou prisão

Sou pessoa, sou criatura

anjo sem asas, mito e lenda

voando na mais imensa altura

ou enterrando o pé no chão

Sou filme sem legenda

palavra sem tradução

Sou do bem ou do mal

Sou vício e sou cura

Sou morte imortal

Sou doente do coração

Sou rasgo sem emenda

Amor e ódio

raiva e compaixão

Sou oposição que não quer entender

a não ser que meu oposto me entenda

Sou dúvida amarga

e uma doce explicação.

Soy una oposición

Una pregunta constante

Ora sí, ora no

Y vivo así muriendo

Y muero así viviendo

entre la luz, la sombra y la oscuridad

Soy oposición en el crepúsculo de la noche

soy recta, incierta y abstracta

soy curva dibujada y línea exacta

soy día, soy rayos, soy luz

Soy una oposición dudosa

ocio vacío extraño

o inundadas de disposición

Soy letra, verso, poema

y también soy falta de inspiración

Soy proyecto y obra terminada

Soy trazo, contorno de un pozo

Ora en tierra, ora enajenada

Soy entera y soy mezclada

Soy de carne y hueso

o soy vino, trigo y pan

Soy escudo y espada

libertad atada

camino sin dirección

Soy monja insana

Soy rencor que ama

Soy estrofa verdadera

y una obra de ficción

Soy una mutante oposición

alma blanca, actos negros

canto melódico y gritos delirantes

Furia, calma y exaltación

Delirio en mente

soy transparente

o disfrazada e inocente

un verdadero camaleón

Opuesto igual

soy diferente a mucha gente

o con la misma cara de sal

Llanto en sonrisa

o dientes de lágrimas

Estoy en el medio, estoy en el final

soy única y soy multitud

Voy en la corriente del frío

soy opuesto que siente sed y hambre

tengo identidad, pero no tengo nombre

soy caliente en mi vacío

Soy el eco del corazón

Suelta y presa en la red

llena desbordo como el agua

ahogo en la pared de su mano

Soy oposición inconstante

la más exagerada alegría

o la más profunda depresión

brillo oculto de diamante

o opaca como el carbón

Me opongo al tiempo

Criminosa sin culpa

atada al viento

soy soplo y huracán

A veces realidad concreta

A veces me invento

Me voy y vuelvo o estoy en la contramano

Ora debajo, ora arriba

opuesta en numerosos pensamientos

me olvido en rima

y me recuerdo en emoción

Soy pecado, deseo, instinto

soy pureza, vida y perdón

soy oposición ingenua

objeto olvidado sobre la mesa

soy juego al corro

o un niño que juega a la peonza

Soy Ana, Liana, Teresa

tengo nombre de naturaleza

soy invierno y soy verano

Soy una hambrienta oposición

y también un voraz león

Mirada de miedo, paso prendido

Impulso fugaz hace mi secreto

confesionario o prisión

Soy persona, soy criatura

ángel sin alas, mito y leyenda

volando a la más inmensa altura

o enterrando mis pies en el suelo

Soy película sin subtítulo

palabra sin traducción

Soy bien o soy mal

Soy vicio y soy cura

Soy muerte inmortal

Soy enferma del corazón

Soy rasgo sin fisuras

Amor y odio

rabia y compasión

Soy oposición que no quiere entender

a menos que mi opuesto me entienda

Soy duda amarga

Y una dulce explicación.

4 comentários:

simmmm disse...

Nossa que lindo sua poesia!!!Adorei bjs

Júlia Gaspar disse...

Uaaaau.... Está linda demais esta poesia!!!!! Estou louca para ler o livro inteiro!!! :-)

Celso Leal disse...

É com extrema felicidade que vejo o nascimento desse seu projeto que venho acompanhando desde que era um embrião... Lilian, certa vez eu te disse: Obrigado por compartilhar conosco esse don divino que lhe foi dado por Deus com tanta sabedoria!...

Parabéns!...

Celso Leal

Be Lins disse...

Li,
parabéns por essa realização. Tenho certeza que te trará muitas felicidades.

Beijos e
Bem vinda sejas!