Sou oposição
Uma pergunta constante
Ora sim ora não
E vivo assim morrendo
E morro assim vivendo
entre luz, sombra ou escuridão
Sou oposição em penumbra da noite
sou reta, incerta, abstrata
sou curva delineada e linhas exatas
sou dia, sou raios, sou clarão
Sou uma oposição duvidosa
ócio vazio estranho
ou inundada de disposição
Sou letra, verso, poema
e também sou falta de inspiração
Sou esboço e obra acabada
Sou traço, contorno de um poço
Ora em terra ora alienada
Sou de carne e osso
ou sou vinho, trigo e pão
Sou escudo e espada
liberdade amarrada
caminho sem direção
Sou freira insana
Sou rancor que ama
Sou estrofe verídica
e um conto de ficção
Sou uma oposição mutante
alma branca,atos negros
canto melódico e gritos delirantes
fúria, calma e exaltação
Delírio em mente
sou transparente
ou mascarada e inocente
um verdadeiro camaleão
Oposto igual
sou diferente de muita gente
ou com o mesmo rosto de sal
Choro em sorriso
ou dentes de lágrimas
Tô no começo, tô no final
sou única e sou multidão
Vou na corrente do frio
sou oposto que sente sede e fome
tenho identidade mas não tenho nome
sou quente no meu vazio
Sou o eco do coração
solta e presa na sua rede
cheia transbordo como água
escorro na parede da sua mão
Sou oposição inconstante
a mais exagerada alegria
ou a mais profunda depressão
brilho oculto de diamante
ou sou fosca como o carvão
Sou oposta ao tempo
Criminosa sem culpa
algemada ao vento
sou sopro e furacão
Ora realidade concreta
Ora me invento
Tô indo e vindo ou tô na contramão
Ora embaixo ora em cima
oposta em inúmeros pensamentos
me esqueço em rima
e me lembro em emoção
Sou pecado, desejo, instinto
sou pureza, vida e perdão
Sou oposição ingênua
objeto esquecido em cima da mesa
sou brincadeira de roda
e uma criança que joga pião
Sou Anna, Liana, Teresa
tenho nome de natureza
sou inverno e sou verão
Sou uma faminta oposição
e também sou leão voraz
Olhar de medo, passo preso
Impulso fugaz faz meu segredo
confessionário ou prisão
Sou pessoa, sou criatura
anjo sem asas, mito e lenda
voando na mais imensa altura
ou enterrando o pé no chão
Sou filme sem legenda
palavra sem tradução
Sou do bem ou do mal
Sou vício e sou cura
Sou morte imortal
Sou doente do coração
Sou rasgo sem emenda
Amor e ódio
raiva e compaixão
Sou oposição que não quer entender
a não ser que meu oposto me entenda
Sou dúvida amarga
e uma doce explicação.
Soy una oposición
Una pregunta constante
Ora sí, ora no
Y vivo así muriendo
Y muero así viviendo
entre la luz, la sombra y la oscuridad
Soy oposición en el crepúsculo de la noche
soy recta, incierta y abstracta
soy curva dibujada y línea exacta
soy día, soy rayos, soy luz
Soy una oposición dudosa
ocio vacío extraño
o inundadas de disposición
Soy letra, verso, poema
y también soy falta de inspiración
Soy proyecto y obra terminada
Soy trazo, contorno de un pozo
Ora en tierra, ora enajenada
Soy entera y soy mezclada
Soy de carne y hueso
o soy vino, trigo y pan
Soy escudo y espada
libertad atada
camino sin dirección
Soy monja insana
Soy rencor que ama
Soy estrofa verdadera
y una obra de ficción
Soy una mutante oposición
alma blanca, actos negros
canto melódico y gritos delirantes
Furia, calma y exaltación
Delirio en mente
soy transparente
o disfrazada e inocente
un verdadero camaleón
Opuesto igual
soy diferente a mucha gente
o con la misma cara de sal
Llanto en sonrisa
o dientes de lágrimas
Estoy en el medio, estoy en el final
soy única y soy multitud
Voy en la corriente del frío
soy opuesto que siente sed y hambre
tengo identidad, pero no tengo nombre
soy caliente en mi vacío
Soy el eco del corazón
Suelta y presa en la red
llena desbordo como el agua
ahogo en la pared de su mano
Soy oposición inconstante
la más exagerada alegría
o la más profunda depresión
brillo oculto de diamante
o opaca como el carbón
Me opongo al tiempo
Criminosa sin culpa
atada al viento
soy soplo y huracán
A veces realidad concreta
A veces me invento
Me voy y vuelvo o estoy en la contramano
Ora debajo, ora arriba
opuesta en numerosos pensamientos
me olvido en rima
y me recuerdo en emoción
Soy pecado, deseo, instinto
soy pureza, vida y perdón
soy oposición ingenua
objeto olvidado sobre la mesa
soy juego al corro
o un niño que juega a la peonza
Soy Ana, Liana, Teresa
tengo nombre de naturaleza
soy invierno y soy verano
Soy una hambrienta oposición
y también un voraz león
Mirada de miedo, paso prendido
Impulso fugaz hace mi secreto
confesionario o prisión
Soy persona, soy criatura
ángel sin alas, mito y leyenda
volando a la más inmensa altura
o enterrando mis pies en el suelo
Soy película sin subtítulo
palabra sin traducción
Soy bien o soy mal
Soy vicio y soy cura
Soy muerte inmortal
Soy enferma del corazón
Soy rasgo sin fisuras
Amor y odio
rabia y compasión
Soy oposición que no quiere entender
a menos que mi opuesto me entienda
Soy duda amarga
Y una dulce explicación.
4 comentários:
Nossa que lindo sua poesia!!!Adorei bjs
Uaaaau.... Está linda demais esta poesia!!!!! Estou louca para ler o livro inteiro!!! :-)
É com extrema felicidade que vejo o nascimento desse seu projeto que venho acompanhando desde que era um embrião... Lilian, certa vez eu te disse: Obrigado por compartilhar conosco esse don divino que lhe foi dado por Deus com tanta sabedoria!...
Parabéns!...
Celso Leal
Li,
parabéns por essa realização. Tenho certeza que te trará muitas felicidades.
Beijos e
Bem vinda sejas!
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