segunda-feira, 3 de junho de 2013




Raramente alguém consegue me fazer esse carinho por dentro da forma como ele o fez. Não sei explicar, mas talvez porque antes de nos tocar, misturamos muito nossas palavras ao longo de dias inteiros. Tudo aos poucos foi se preenchendo e se iluminando de um carinho tão explicito quanto secreto. Sempre havia um pretexto pra se puxar papo, criamos espaços na vontade de nos saber mais e fui assim, narrando um novo texto, sem título, mas com tantas rimas. Sei que o acaso novamente brincou com meu presente, trazendo às margens dos sonhos meus, alguém que fez voar meu sentimento. Sei, que o destino pilota a vida nesse momento, mas sei também que tudo aqui em mim agora é tão urgente que até assusta. O nosso encontro não conseguiu se vestir de demora, pois na verdade a gente já havia se encontrado antes, sem saber, sem ter rosto ou gosto, somente algo que inspira a parte interior e leva pra fora um sorriso fácil. Nossas vidas se esbarraram na esquina mais movimentada da intuição e sem pressa, seguramos um na mão do outro, entrelaçando uma vontade recíproca de acontecer. Naquela noite, o céu costurou uma cascata de estrelas. Nossa testemunha foi o som que saia de dentro das ondas, de dentro da melodia que eu rabiscava no violão, de dentro do peito, o que deixou o coração bem sem jeito. E quando a pele se apresentou uma a outra, a gente já se sabia. Eu já sentia o cheiro que ele tinha e que impregnou minha roupa, minha alma, bagunçou minha calma. Eu já sabia que ele gostava de cartola e que tinha um jeito todo doce de cuidar de mim. Eu já sabia da preocupação dele comigo, do jeito que ele tem de se estender todo em uma pessoa deixando um rastro de tranquilidade. Eu já sabia que aqueles olhinhos pequenos iam deixar pegadas na minha pele e eu já sabia que teríamos uma mania de nos entender, mesmo que afastados. E o cuidado que ele tem em querer me deixar à vontade em qualquer cenário que ele escolhe a dedo pra me apresentar. foi lentamente tirando meus pés do chão. Ele foi uma grata surpresa, um presente que a vida tratou de trazer urgente junto a mim, pra dar mais descanso a minha paz. Ele foi uma certeza que ainda não sei se vai permanecer dentro do amanhã, mas que já existe em cada manhã que acorda dentro do meu dia e me anima de esperar para ver o que esse tempo brincalhão nos apronta. E é bonito saber que ele já existe na minha poesia dessa maneira descompromissada de declaração. É bonito sentir os bons ventos da saudade trazendo cheiro de maresia e uma paisagem rara que só ele tem conseguido contemplar, uma paisagem que ele esta, delicadamente, pintando à mão.

3 comentários:

André Gardenberg disse...

Lindo seu blog…

Tava pesquisando um poema

André Gardenberg disse...

Lindo Seu Blog

Tava buscando um poema, e achei...

Importante são as sensações.... disse...

Lindo demais!! Tu brinca com as palavras!