sexta-feira, 17 de junho de 2011

Gosto de sapato gasto porque é mais macio. Gosto de quem chega de mansinho sem gastar o tempo. Do beijo demorado que da arrepio, com gosto de fruta madura, de quem não joga fora o sentimento. Gosto de ouvir conto, de cantar no chuveiro, de estar inspirada. Faço do meu sonho meu parceiro, o rumo torto da minha estrada. Gosto do diferente, do de repente, gosto de gostar de gente.
De ter asas amarradas nas nuvens e enroscar os pés nos pés de quem me esquente. Não gosto de esperar no ponto, de perder a hora, de não estar pronta quando ele já esta indo embora. Gasto minhas palavras com gosto, formando o rosto das frases mais improváveis. Formo rimas desafinadas para desafiar a gravidade dos versos. Escrevo o inverso do que a sanidade me impõe. Meu tempo, o tempo todo, me propõe tempestade e eu, gosto do canto calmo e furioso do vento onde declamo tudo que invento, onde posso esquecer a minha idade.

Um comentário:

Marcellafe disse...

E eu gosto dos seus textos. Aliás, adoro! Parabéns! Bjs, Marcella