quinta-feira, 24 de junho de 2010

( Para quien me enseño que cuando si queire de verdad NADA ni NADIE DETIENE EL SENTIMIENTO)

Nas gavetas da velha cômoda!!!

Todo dia eu acordo e me separo de você. Levanto, guardo os sonhos na gaveta da velha cômoda e troco o pijama. Saio de casa em rotineira condição. Reparo em minha própria sombra no chão e sinto falta da outra que sempre esteve ali ao lado. Como distrair o pensamento de algo que se quer pensar, mas não se deve? Como amordaçar o que se sente para não mais sentir? Não sei. 

Todo dia eu acordo e me separo de você. Sigo meu caminho e busco outros prazeres. Preencho as lacunas de pensamento com chocolate e televisão. Troco os móveis de lugar para que nada me lembre o que eu não devo lembrar. E diante do espelho me convenço de que tudo isso é essencial. Chega uma hora, na vida, que temos que adotar certas medidas de segurança. É quando percebemos que só nós podemos nos salvar. Então, fica combinado assim: eu me salvo e você se salva. E a gente se vê qualquer dia. No último instante da história ou, quem sabe, nunca. Só em sonhos. Daqueles que guardamos nas gavetas da velha cômoda.

Todo dia eu acordo e me separo de você. Pago contas, anoto recados, vou ao cinema, pego transito e pareço seguir em frente. Me separo de você e de tudo o que eu não quero mais viver. E encerro qualquer possibilidade de diálogo que possa nos fazer voltar atrás. Pois o tempo não se curva. E já não somos mais os mesmos. Faz tempo.

E todo dia eu acordo de me separo de você mais um pouco...enquanto passam os anos...nove, dez...o tempo sorri do meu esforço diário. E já não tenho notícias suas. E já não sei o que dizer quando me perguntam """"e fulano que fim levou?"""". E percebo que aprendi a adestrar os pensamentos e lidar com as mordaças adequadas aos arredios sentimentos.

E assim, todo dia eu acordo e me separo de você de novo. E preencho mais gavetas, com mais sonhos improváveis. Porque chega uma hora, na vida, que temos que adotar certas medidas de segurança. E ando pelas ruas somente com a minha sombra e tudo parece estar no seu lugar. Pareço seguir em frente. E, assim, vou me separando de você, em frações de tempo, todo dia de manhã quando acordo.

O problema é que toda noite eu adormeço e me caso com você de novo. 



Texto de Maira Vianna

quinta-feira, 17 de junho de 2010

ANJO




"O problema com o homem moderno é que esquecemos a linguagem do silêncio, esquecemos o caminho do coração.  Esquecemos completamente que há uma vida que pode ser vivida por meio do coração.
 Somos muitos presos à cabeça, e porque estamos demais na cabeça não fazemos qualquer sentido na expressão do amor."


"Não tente possuir a vida — isso é o que o ego tenta fazer.
Não tente agarrá-la, permita ser possuído por ela. Seja subjugado por ela, seja inundado por ela.
 E você saberá tão profundamente que nunca poderá dizer "eu sei". Você saberá tão intimamente que não poderá reduzi-la a conhecimento.
 Apenas coisas superficiais podem ser reduzidas a conhecimento. Quanto mais profunda é uma verdade, mais difícil é reduzi-la a conhecimento. O conhecimento parece tão pálido, e a verdade está tão viva.
O conhecimento é descorado, insensível, e a verdade é a batida do coração, a circulação do sangue, a respiração do ar, o amor, a dança."
Osho

quarta-feira, 16 de junho de 2010


"Cuando tú apareciste, penaba yo en la entraña más profunda de una cueva sin aire y sin salida. Braceaba en lo oscuro, agonizando, oyendo un estertor que aleteaba como el latir de un ave imperceptible. Sobre mí derramaste tus cabellos y ascendí al sol y vi que eran la aurora cubriendo un alto mar de primavera. Fue como si llegara al más hermoso puerto del mediodía. Se anegaban en ti los más lucidos paisajes: claros, agudos montes coronados de nieve rosa, fuentes escondidas en el rizado umbroso de los bosques. Yo aprendí a descansar sobre tus hombros y a descender por ríos y laderas, a entrelazarme en las tendidas ramas y a hacer del sueño mi más dulce muerte. Arcos me abriste y mis floridos años, recién subidos a la luz, yacieron bajo el amor de tu apretada sombra, sacando el corazón al viento libre y ajustándolo al verde son del tuyo. Ya iba a dormir, ya a despertar sabiendoque no penaba en una cueva oscura, braceando sin aire y sin salida. Porque habías al fin aparecido."
(Rafael Alberti)

escutando "Pleamar" seguindo de "Amor dulce muerte" de Vicante Amigo.....Por Dios!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

SEUS OLHOS ( Preto e branco)

Um dia encontrou meus olhos, afundou em minha alma, me descobriu em você.
Nesse dia cruzei mares, matei inimigos, viajei no tempo, toquei o horizonte.
Foi o dia em que sua fome de me saber me revelou seus mistérios, palavras secretas, sentimentos encobertos por neblina, somente esperando uma brecha de raio de sol para inundar seus olhos de luz.
Ah, seus olhos!
Me prendi neles e perdi minhas pernas através do azul de seus braços.
Azul.
Igual aquele infinito que franzimos a testa para tentar descobrir onde começa o mar e acaba o céu.
Ali mesmo onde misturados estavam meus braços afogados no azul do seu abraço infinito.
Toca-me tão sutilmente com a fúria de um vulcão adormecido. Desperta a ira dos Deuses, o sono dos imortais, os olhos dos cegos.
Nesse dia fomos o pão, o vinho, a hóstia sagrada. Letras abraçadas que com um sopro dos anjos ganhou forma plena. O dia em que seus olhos pequenos me fizeram uma visita. Olhos de avelãs, sedentos, curiosos. E sua boca inundada de palavras serenas esculpia cada minuto em mármore raro.Nesse dia, matamos a fome do prisioneiro, roubamos suspiros da lua e colecionamos o brilho das estrelas no olhar.
O dia em que frio e quente afundaram nossos pés na areia do deserto da vida.
O dia em que te vi, te vivi, te senti chegar.
Não pertenço ao mundo de regras e ilusões. Sou do hoje, do momento, filha das flores e irmã do vento.
Quero levar você comigo pequeno. Vem?
Onde meus pés não alcançam, onde silhuetas cintilantes dançam, onde você vive, onde seu rosto me é familiar.

sexta-feira, 11 de junho de 2010


Mosaico

Passo a vagar por mim, entre os ecos do pensamento
Tudo aqui é tão extenso que não me cabe
e embora acabe meu tempo
Dou-me o direito de simplesmente existir.
Foi nesse sopro de verdade entre minhas pálpebras que descobri seu rosto
Foi nesse vácuo do sentir, cólera de meus sonhos, incertos, quietos e ocultos
Que rompi as fronteiras de ser
simplesmente fui
E sou, não me bastando na imensidão de meus dois olhos curiosos
Passo vagarosamente pela inspiração, entre soluços e sílabas
Estilhaços de momentos que em um grande mosaico compõem meu verso
Construí frases sem sentido, sem memória, sem cerimônia
Que, sem-vergonha, invadiram minhas sensações cantando vitória,
fazendo um conto, narrando a minha situação.
Ora, simplesmente fui
E serei o suficiente para não caber-me mais
Desperdiçando as horas que acreditam ser eternas
Serei
a companhia do acaso teimoso em ser destino
a certeza de que se fui, fostes
e se serei, serás.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

"Eu sei e você sabe 
Já que a vida quis assim 
Que nada nesse mundo levará você de mim 
Eu sei e você sabe 
Que a distância não existe 
Que todo grande amor 
Só é bem grande se for triste 
Por isso meu amor 
Não tenha medo de sofrer 
Que todos os caminhos 
Me encaminham a você . 
Assim como o Oceano, só é belo com o luar 
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar 
Assim como uma nuvem, só acontece se chover 
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer 
Assim como viver sem ter amor, não é viver 
Não há você sem mim 
E eu não existo sem você!"










"Dejaré que muera en mí el deseo
de amar tus ojos dulces,
porque nada te podré dar sino la pena
de verme eternamente exhausto.
No obstante, tu presencia es algo
como la luz y la vida.
Siento que en mi gesto está tu gesto
y en mi voz tu voz.
No quiero tenerte porque en mi ser
todo estará terminado.
Sólo quiero que surjas en mí
como la fe en los desesperados,
para que yo pueda llevar una gota de rocío
en esta tierra maldita
que se quedó en mi carne
como un estigma del pasado.
Me quedaré... tu te irás,
apoyarás tu rostro en otro rostro,
tus dedos enlazarán otros dedos
y  te desplegarás en la madrugada,
pero no sabrás que fui yo quien te logró,
porque yo fui el amigo más íntimo de la noche,
porque apoyé mi rostro en el rostro de la noche
y escuché tus palabras amorosas,
porque mis dedos enlazaron los dedos
en la niebla suspendidos en el espacio
y acerqué a mí la misteriosa esencia
de tu abandono desordenado.
Me quedaré solo como los veleros
en los puertos silenciosos.
Pero te poseeré más que nadie
porque podré irme
y todos los lamentos del mar,
del viento, del cielo, de las aves,
de las estrellas, serán tu voz presente,
tu voz ausente, tu voz sosegada."



Vinicíus de moraes