sexta-feira, 11 de junho de 2010


Mosaico

Passo a vagar por mim, entre os ecos do pensamento
Tudo aqui é tão extenso que não me cabe
e embora acabe meu tempo
Dou-me o direito de simplesmente existir.
Foi nesse sopro de verdade entre minhas pálpebras que descobri seu rosto
Foi nesse vácuo do sentir, cólera de meus sonhos, incertos, quietos e ocultos
Que rompi as fronteiras de ser
simplesmente fui
E sou, não me bastando na imensidão de meus dois olhos curiosos
Passo vagarosamente pela inspiração, entre soluços e sílabas
Estilhaços de momentos que em um grande mosaico compõem meu verso
Construí frases sem sentido, sem memória, sem cerimônia
Que, sem-vergonha, invadiram minhas sensações cantando vitória,
fazendo um conto, narrando a minha situação.
Ora, simplesmente fui
E serei o suficiente para não caber-me mais
Desperdiçando as horas que acreditam ser eternas
Serei
a companhia do acaso teimoso em ser destino
a certeza de que se fui, fostes
e se serei, serás.

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