quinta-feira, 1 de julho de 2010


Chegamos em casa amor. 
Habitamos por tanto tempo entre paredes vazias de frias memórias e um desejo intenso de nos encontrar, e nos encontramos em sonhos perdidos e em esperanças loucas, pois assim era a vida antes de entrarmos nesse lar... Passeamos de bar em bar, de rosto em rosto, saboreando outros gostos, mas nada se compara ao seu olhar, nada me toca mais que teus sons em tons de riso, teus braços a me moldar... 
Chegando em casa amor, te encontrei. Tão desconhecido e tão familiar. Sentado à mesa, me esperando para conversar, cabeça baixa olhar perdido, solidão vazia, cheia de saudades e desejo...
 Estivemos perdidos pelos anos, pelo sabor de enganos, sensação de impotência diante ao destino,que, parecendo ainda ser um menino resolveu brincar de nos esconder, e separados vivemos até minha alma habitar a sua e dela fazer moradia, nela meu espirito habitar... Esta é a casa a qual chamo lar...
  E o desejo que parecia tão distante se desmancha diante de nossos sonhos, cobrindo de lágrimas sorridentes a historia escrita como roteiro de romance, tão inacreditável na impossibilidade, especialmente improvável , mas escrevendo lentamente em cada pedaço seu todo o meu inconsciente, e toda minha coincidência de  te sonhar, na minha loucura de te amar e saciar a falta que senti na ausência que tua presença fez longe de mim...
 Chegamos na casa do amor. 
Aahh ela parecia ser feita de areia antes dessa tamanha força pura nos invadir. Ela fingia ser amiga, quando na verdade era uma inimiga mansa mascarada de verdade... Antes de ti tudo era mentira, era tudo vaidade. uma inverdade crua que me preenchia de sonhos inacabados, e fazia a morada fria, a vida fingida... 
 Antes de ti minhas casas foram baralhos embaralhados no meu coração que faziam colunas, paredes e pilares, mas que num sopro mais forte se revelou tão frágil, vulnerável, pequeno...foi-se ao chão, e nada era seguro, nem amor vivido e sentimento maduro, casas de cartas, cartas marcadas, vidas perdidas... 
 As casas de antes eram habitadas pelo eco, por inquietos suspiros que te procuravam, que buscavam seu peito para descobrir abrigo. E por fim, em casa chegamos, e juntos, somente juntos, habitamos a maior verdade interior que corre nas veias e pulsa no fluxo da vida. Em você encontrei morada... 
Que brinca leve, na leveza inocente de amar o amor, de levar seu nome no meu, de estar perto e mais, de estar dentro. Abro todas as portas, mas fecho as janelas pro vento não nos arrastar. Abro as páginas sem versos e dedico-me aos poucos às suas letras, seus verbos, rimas inesperadas que acariciam vagarosamente uma história que constrói minha identidade. E me faço dia à dia, percorrendo sua geografía para encontrar o meu caminho... E fiz festa ao te encontrar, revivi minha alegria simplesmente em te amar... 
Sou metade sem sua moradia, sou covarde no meio dessa ironia e invento coragem todo dia que não o vejo...
E se te achei, me achei junto e seguimos então no nosso eterno gerúndio de ser capaz de vestir o sentimento de cores quentes, pinta-lo cada dia diferente, compor uma canção através do tempo para imortalizar esse momento onde habita-me com sua alma e vivo em ti, na sua calma esperança, na nossa generosa semelhança , entre as paredes do seu sorriso, que levo, trancado a sete chaves, no meu rosto, e me perco só de pensar no seu gosto, e te chamo de meu amor, de meu lar... 
Hoje celebraremos o encontro e a vida... Ponha seu terno novo, vou polir a prataria... Quero a casa ilumida, minha pele arrepiada ao encontar teus olhos, vou sentir a alegria de te amar noite e dia nesse nosso lindo canto... Te serei eternamente companheira complacente e amante apaixonada!... Beberei na tua fonte, matarei a tua fome e para sempre vou te amar... Novamente eu abro as portas para a felicidade entrar e invadir o nosso lar!...  
Celso Leal e Lilian Vereza

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